Guias de Ação dos Objetivos de Limite Mínimo

Orientações práticas para alcançar e medir o progresso rumo à Sustentabilidade Future-Fit.

Estes guias foram desenvolvidos com o objetivo de apoiar a integração dos Objetivos de Limite Mínimo na atividade empresarial. Não se pretende reinventar a roda: sempre que possível, a informação apresentada foi reunida e organizada a partir de fontes externas de referência, todas devidamente identificadas na bibliografia do Referencial (Benchmark).

Cada Guia de Ação funciona como um ponto de partida, proporcionando informação suficiente para iniciar o processo, e apontando para recursos complementares sempre que necessário. Os Guias de Ação incluem cinco secções, descritas abaixo.

1. Ambição

A secção Ambição começa por descrever detalhadamente qual é o objetivo em causa. Segue-se um conjunto de estatísticas que ilustram a relevância crítica do tema abordado. Estes dados podem ser úteis para demonstrar a importância do objetivo, junto de diferentes partes interessadas.

É depois apresentada informação sobre a ligação entre o objetivo e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Esta parte explica de que forma a prossecução do objetivo contribui para eliminar o risco de a atividade empresarial comprometer, ainda que involuntariamente, o progresso coletivo da sociedade.

Por fim, é incluída uma explicação breve sobre as diferenças e complementaridades entre este objetivo e os restantes Objetivos de Limite Mínimo. Este enquadramento permite compreender melhor a interligação entre os vários temas que afetam a atividade empresarial, promovendo uma abordagem mais holística à sua resolução.

2. Ação

A secção Ação está dividida em duas partes: Por onde começar, e Prosseguir rumo à Sustentabilidade Future-Fit.

A subsecção Por onde começar fornece informação de base sobre como enquadrar o objetivo e apresenta um conjunto de perguntas orientadoras que a organização pode colocar a si própria. Estas perguntas ajudam a clarificar o que já se sabe, a identificar eventuais lacunas de conhecimento e a gerar ideias sobre como definir prioridades.

A subsecção Prosseguir rumo à Sustentabilidade Future-Fit aprofunda os passos que a organização deve seguir para alcançar o objetivo. É também aqui que se encontram, frequentemente, referências a recursos externos, que podem apoiar a implementação.

3. Avaliação

A secção Avaliação foca-se na forma de medir o progresso em relação ao objetivo. Os indicadores foram concebidos para proporcionar uma forma sintética de acompanhar o progresso ao nível organizacional, mas com detalhe suficiente para permitir avaliar o impacto das decisões do dia a dia nesse progresso. Existem dois tipos de indicadores: indicadores de progresso e indicadores de contexto.

Indicadores de progresso

Os indicadores de progresso são expressos como uma percentagem simples, representando o quão longe a organização chegou — e o que ainda falta percorrer — para atingir o objetivo em causa. A maioria dos objetivos tem apenas um indicador de progresso.

Estes indicadores procuram reconhecer, sempre que possível, a ligação entre os desempenhos financeiro e extra-financeiro:

  • Todos os objetivos relacionados com produtos — como por exemplo “Os produtos não causam danos a pessoas nem ao ambiente” — têm indicadores de progresso calculados pelo volume de receitas. Ou seja, se um único produto representa uma parte significativa das vendas da empresa, o seu desempenho terá uma influência proporcionalmente elevada no indicador. Esta maior influência reflete o contributo do produto para o sucesso da empresa.

  • De forma semelhante, os objetivos relacionados com os recursos utilizados pela empresa — como por exemplo “A política de aprovisionamento salvaguarda a prossecução da sustentabilidade Future-Fit” — têm indicadores de progresso calculados pelos custos. Nestes casos, as maiores oportunidades de progresso encontram-se, geralmente, nas áreas onde a empresa investe mais.

Os indicadores de progresso de todos os objetivos podem ser facilmente apresentados num único ecrã ou numa página impressa — por exemplo, num painel de controlo, a partilhar regularmente com a equipa de liderança da organização.

Indicadores de contexto

Cada indicador de progresso é complementado por um ou mais indicadores de contexto. Estes fornecem informação adicional sobre a escala do progresso alcançado. Por exemplo, o indicador de progresso para o objetivo relativo ao salário digno regista apenas a proporção de trabalhadores que recebem, pelo menos, um salário digno. Este objetivo tem um único indicador de contexto: o número total de trabalhadores.

Imagine-se que duas empresas têm 30% dos seus trabalhadores a receber abaixo do salário digno. A gravidade desta situação é muito diferente se uma dessas empresas emprega 20 pessoas e a outra emprega 20.000. Contextualizar o progresso é essencial para fornecer uma perspetiva global sobre o desempenho da organização.

4. Verificação

Em determinado momento, uma organização poderá querer comunicar publicamente o seu percurso rumo à Sustentabilidade Future-Fit. A autoavaliação evita a necessidade de partilhar informação sensível com avaliadores ou outras entidades externas, para efeitos de “pontuação” da organização. Mas por que haveriam os investidores e outras partes interessadas de confiar naquilo que uma empresa diz sobre o seu próprio desempenho?

Esta questão foi resolvida há décadas no contexto do desempenho financeiro: quando uma empresa avalia o seu desempenho, basta que recorra a uma entidade terceira qualificada, para verificar os resultados de forma independente, antes da sua divulgação. A abordagem Future-Fit segue este princípio, alargando o modelo de verificação independente — já validado no domínio financeiro — à informação extra-financeira. Assim, se uma organização quiser publicar dados sobre o seu progresso rumo à Sustentabilidade Future-Fit, poderá solicitar a qualquer auditor registado que verifique os cálculos efetuados. Dito isto, a maioria dos profissionais poderá não ter conhecimento sobre o que um auditor procurará verificar — por exemplo, no que respeita ao acompanhamento de processos ou à aplicação de políticas.

É neste ponto que a secção Verificação assume um papel fundamental. Fornece orientações sobre os tipos de evidência que os auditores provavelmente irão analisar, para confirmar que a autoavaliação foi realizada de forma adequada. Tal pode ajudar a evitar erros comuns no processo de verificação, facilitando a divulgação pública do progresso, caso a organização decida fazê-lo.

5. Informação adicional

A quinta e última secção disponibiliza um conjunto de materiais complementares que podem ser úteis. Inclui um exemplo prático que demonstra como os indicadores são usados na prática, bem como uma seleção de hiperligações para recursos externos relevantes. Muitos Guias de Ação incluem ainda um conjunto de perguntas frequentes específicas de cada objetivo.