BE07: Desperdício operacional

O desperdício operacional é eliminado

1. Ambição

Uma empresa Future-Fit procura eliminar completamente o desperdício operacional e assegura que todos os subprodutos são revalorizados. O desperdício orgânico pode ser compostado e devolvido ao solo, e os materiais que possam ser reutilizados devem ser recuperados.

1.1 O que significa este objetivo

Os recursos do planeta são finitos. Muitos recursos renováveis são consumidos a um ritmo superior ao da sua regeneração e, à medida que se esgotam os recursos finitos mais acessíveis, os métodos de extração tendem a tornar-se cada vez mais agressivos. A procura por recursos virgens pode ser atenuada se os materiais forem revalorizados em vez de descartados. A revalorização permite também eliminar custos — financeiros, ambientais e humanos — associados à eliminação de desperdício.

Neste contexto, considera-se “desperdício” todo o material gerado como subproduto da produção e de outras atividades operacionais, que a empresa consiga conter e que necessite de tratamento, revalorização ou eliminação. Isto inclui materiais de fabrico perigosos e não perigosos, bem como desperdício não proveniente da produção (ex.: papel de escritório, alimentos, equipamentos obsoletos).

Para ser Future-Fit, a empresa deve: (a) eliminar toda a geração de desperdício evitável; e (b) reutilizar, reciclar ou revalorizar de outra forma o desperdício remanescente.

1.2 Porque é que este objetivo é necessário

Tal como todos os Objetivos de Limite Mínimo Future-Fit, este objetivo é essencial para garantir que a empresa não está a comprometer o progresso da sociedade rumo a um futuro ambientalmente restaurativo, socialmente justo e economicamente inclusivo. Para saber mais sobre a base científica destes objetivos — fundamentada em mais de 30 anos de ciência sistémica — consulte o Guia de Metodologia.

As estatísticas seguintes ajudam a ilustrar por que razão é crítico que todas as empresas alcancem este objetivo:

  • A quantidade de resíduos/desperdício que produzimos é enorme — e está a crescer. Todos os anos, os países geram 1,3 mil milhões de toneladas de desperdício. Estima-se que esse valor aumente para 4 mil milhões de toneladas até 2100. [83]

  • Os governos estão a reavaliar cada vez mais a sua abordagem à gestão de desperdício. A China, maior importador mundial de muitos tipos de materiais recicláveis e desperdício, anunciou em 2017 que mudaria radicalmente a sua política de importação de desperdício no espaço de poucos meses, obrigando outros países a encontrar formas alternativas de eliminação. [84]

1.3 Como este objetivo contribui para os ODS

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas constituem uma resposta coletiva aos maiores desafios sistémicos do mundo, pelo que estão naturalmente interligados. Qualquer ação pode ter um impacto direto sobre alguns ODS e, indiretamente, sobre outros, através de efeitos de arrastamento. Uma empresa Future-Fit pode ter a certeza de que está a contribuir - e de forma nenhuma a prejudicar - o progresso em direção aos ODS.

As empresas podem contribuir para vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ao eliminar o desperdício operacional e ao incentivar ativamente os seus fornecedores a fazer o mesmo. No entanto, as ligações mais diretas relativamente a este objetivo são:

         Ligação a este Objetivo de Limite Mínimo
SDG 11 Apoiar esforços para reduzir o impacto ambiental per capita das cidades, com especial atenção à qualidade do ar e à gestão de desperdício.
SDG 12 Apoiar esforços para alcançar uma gestão ambientalmente correta dos produtos químicos e de todos os desperdícios ao longo do seu ciclo de vida, a fim de reduzir significativamente as suas libertações para o ar, a água e o solo, e de reduzir substancialmente a geração de desperdício através da prevenção, redução, reciclagem e reutilização.
SDG 14 Apoiar esforços para prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos, em particular a proveniente de atividades terrestres.

2. Ação

2.1 Por onde começar

Contextualização

Os processos de reciclagem e tratamento de resíduos estão em constante evolução em todo o mundo, mas mesmo os sistemas mais avançados não estão preparados para recuperar todos os tipos de desperdício. O desafio sistémico consiste em quebrar a ligação entre a produção económica e a geração de resíduo. Para o conseguir, os processos operacionais (incluindo, mas não se limitando à produção) devem muitas vezes ser concebidos ou adaptados com a revalorização em mente, e devem existir mecanismos que facilitem essa revalorização. Nenhuma empresa, isoladamente, conseguirá alcançar este objetivo — que deve ser encarado como uma aspiração de longo prazo, capaz de inspirar os intervenientes e orientar a inovação coletiva rumo a um futuro melhor.

O primeiro passo de uma empresa para se tornar Future-Fit deve ser identificar a infraestrutura de reciclagem existente nas áreas onde opera, os tipos de desperdício que produz e o destino final desses materiais. Uma vez estabelecido este diagnóstico, a empresa pode começar a explorar oportunidades de melhoria, como o aumento da eficiência, a adaptação de processos operacionais, a introdução de novas tecnologias e a colaboração com outros intervenientes na cadeia de valor.

Perguntas a colocar

As seguintes perguntas ajudam a identificar as informações a recolher.

Onde está a ser gerado desperdício pelas atividades da empresa?
  • Quais são os inputs físicos da empresa? São utilizadas matérias-primas para fabricar ou transformar produtos? As funções de apoio utilizam inputs físicos (ex.: lubrificantes ou líquidos de limpeza na manutenção de maquinaria)? Qual é o destino dessas substâncias após a sua utilização?
  • Que desperdício físico é gerado pelas diferentes atividades operacionais da empresa?
  • Alguma atividade da empresa gera desperdício perigoso? Em caso afirmativo, como são esses tipos de desperdício tratados e/ou eliminados?
  • Existe desperdício que possa escapar para o ambiente em vez de ser gerido de forma controlada? A empresa tem planos para lidar com essa situação?
  • Existem lacunas de conhecimento nas respostas às perguntas anteriores? Como poderá a empresa obter a informação em falta?
Como está a ser gerido o desperdício?
  • Como é que cada tipo de resíduo é recolhido e tratado, e esse processo varia consoante o local? A empresa trata o desperdício internamente ou recorre a terceiros?
  • Que proporção do desperdício gerado é tecnicamente possível de reaproveitar, mesmo que tal não esteja a ser feito atualmente por razões práticas e/ou de custo?
Como definir prioridades

As seguintes perguntas ajudam a identificar e a priorizar ações de melhoria.

Quais são as maiores oportunidades para progredir?
  • Que atividades e locais da empresa geram mais desperdício? Que tipos de desperdício têm maior probabilidade de acabar em aterros ou de escapar para o ambiente?
  • Que locais da empresa estão sujeitos a requisitos regulatórios menos exigentes?
  • Que locais estão situados em zonas com infraestruturas pouco desenvolvidas para a gestão de desperdício?
  • Que locais estão situados em ou perto de comunidades ou ecossistemas cuja saúde pode ser afetada por uma gestão inadequada do desperdício?
Quais são as opções de melhoria mais fáceis de implementar?
  • Que técnicas podem ser utilizadas para reduzir a geração de desperdício? Quais dessas técnicas exigem o menor investimento de tempo e recursos para serem implementadas?
  • É possível tratar materiais compostáveis nas instalações da empresa?
  • Existem formas de otimizar as atividades operacionais de modo a reduzir custos, seja através da redução de inputs materiais, ou através da reutilização de desperdício como recurso (input)?
  • Outras indústrias ou organizações poderiam utilizar o desperdício da empresa como recurso? Existem oportunidades de parceria que tragam benefícios para ambas as partes?
A empresa já começou a reduzir ativamente a quantidade de desperdício gerado?
  • A empresa assumiu compromissos públicos — ou, pelo menos, definiu metas internas — e implementou planos de ação com o objetivo de reduzir ou eliminar o desperdício operacional? Em caso afirmativo, essas metas estão a conduzir a empresa rumo à sustentabilidade Future-Fit?
  • Se a empresa ainda não definiu metas, de quem seria necessária autorização para o fazer e quem teria de estar envolvido na conceção e implementação de controlos e incentivos adequados?
  • Se os planos de ação atuais não forem suficientes para conduzir a empresa, de forma significativa, rumo à sustentabilidade Future-Fit, como poderão ser reforçados ou ajustados?
Poderá a empresa ir além do exigido por este objetivo?
  • Para além do necessário para atingir este objetivo, existem ações que a empresa possa realizar para garantir que não existe desperdício?76 Qualquer ação nesse sentido pode acelerar o progresso da sociedade rumo à sustentabilidade Future-Fit. Para mais detalhes, consultar o Guia de Ações Positivas.

A próxima secção descreve os critérios de aptidão necessários para determinar se uma ação específica resultará em progressos rumo à sustentabilidade Future-Fit.

2.2 Prosseguir rumo à sustentabilidade Future-Fit

Introdução

Este objetivo abrange todo o desperdício gerado ao longo das operações da empresa. Deve ser adotada uma abordagem sistemática para garantir que a empresa identifica todas as fontes de geração de desperdício, incluindo o desperdício gerado em locais fixos detidos, controlados ou arrendados pela empresa (ex.: escritórios, unidades de produção, pontos de venda), o desperdício proveniente de ativos ou serviços fora das instalações (ex.: frotas de transporte, obras de construção, serviços de consultoria) e o desperdício de outras funções que apoiam estas atividades.77

Critérios de avaliação - Fitness criteria

A empresa deve eliminar toda a geração de desperdício evitável e, em seguida, revalorizar todas as formas remanescentes de desperdício de modo a minimizar a perda de qualidade (prolongando, assim, a vida útil dos materiais em causa).

Especificamente, a empresa deve dar prioridade às seguintes abordagens, por ordem decrescente de preferência:

  • Prevenir: a geração de desperdício é evitada sempre que possível.
  • Recondicionar, remanufaturar ou reutilizar: o desperdício é limpo, reparado ou sujeito a outro tipo de processamento para ser utilizado novamente.
  • Reciclar: o desperdício é transformado num novo recurso operacional, utilizável pela própria empresa ou por terceiros.
  • Recuperar energia: o desperdício é uma substância biogénica (100% derivada de animais ou plantas) e é convertido em energia apenas depois de esgotadas as opções anteriores.

Nota: a queima de desperdício para geração de energia não é considerada compatível com a sustentabilidade Future-Fit, a menos que o desperdício seja 100% biogénico. Isto porque a energia resultante não é considerada renovável. Para mais informações, ver esta pergunta frequente.

3. Avaliação

3.1 Indicadores de progresso

O objetivo dos indicadores de progresso Future-Fit é refletir o grau de evolução de uma empresa no cumprimento de um determinado objetivo. Estes indicadores são expressos em percentagens simples.

Deve procurar-se avaliar a sustentabilidade Future-Fit da empresa em toda a extensão das suas atividades. Em algumas situações, tal pode não ser possível. Nestes casos, deve ser consultada a secção Avaliação e reporte com dados incompletos no Guia de Implementação.

Avaliação do progresso

Este objetivo tem um único indicador de progresso. Para o calcular, devem ser seguidos os seguintes passos:

  • Medir o peso total do desperdício gerado durante o período de reporte.
  • Calcular o progresso na redução de desperdício em relação a um ano de referência (ver abaixo).

O progresso é avaliado da seguinte forma:

  • A empresa escolhe um ano de referência para o qual existam dados completos sobre a geração de desperdício. A esse ano de referência é atribuída uma pontuação de progresso de 0%.78
    • Se não existirem dados históricos, o primeiro ano medido será utilizado como ano de referência. Até que seja realizada uma avaliação da geração de desperdício, a empresa deve considerar o seu progresso neste objetivo como sendo de 0%.
  • O progresso da empresa num determinado ano corresponde à redução da quantidade de desperdício gerado no período de reporte atual, em comparação com o ano de referência, expressa em percentagem.
  • Isto significa que, se a quantidade de desperdício gerado pela empresa no ano atual for superior ou igual à do ano de referência, o seu progresso Future-Fit permanece em 0%.

Isto pode ser expresso matematicamente da seguinte forma:

\[ F= \begin{cases} \frac{W_R-W_C}{W_R} \;\;for\;\; (W_R-W_C)\geq0\\ \\ \;\;\;0\% \;\;\;\;for\;\; (W_R-W_C)<0\\ \end{cases} \]

Onde:

\[F\] É o progresso rumo à sustentabilidade Future-Fit, expresso em percentagem.
\[W_R\] É a quantidade de desperdício gerado no ano de referência.
\[W_C\] É a quantidade de desperdício gerado no ano em curso.

Para um exemplo de como calcular este indicador de progresso, ver aqui.

3.2 Indicadores de contexto

O objetivo dos indicadores de contexto é fornecer às partes interessadas as informações adicionais necessárias para interpretar de forma completa o progresso de uma empresa.

Desperdício operacional total

A quantidade absoluta de desperdício gerado é equivalente ao valor WC na equação acima, pelo que não são necessários dados ou esforços adicionais para o calcular.

Para um exemplo de como reportar os indicadores de contexto, consultar aqui.

4. Verificação

4.1 Para que serve a verificação e porque é importante

Qualquer empresa que esteja a trilhar o caminho da sustentabilidade Future-Fit incutirá mais confiança entre as suas partes interessadas - desde a administração de topo (CEO, CFO) até a investidores externos - se conseguir demonstrar a qualidade dos seus dados e a robustez dos controlos que os sustentam.

Isto é particularmente importante se a empresa pretender comunicar publicamente o seu progresso rumo à sustentabilidade Future-Fit, uma vez que algumas organizações podem exigir uma verificação independente antes da divulgação pública. Ao implementar controlos eficazes e bem documentados, a empresa facilita a compreensão do seu funcionamento por parte de auditores ou avaliadores externos, apoiando a sua capacidade de prestar garantia e/ou recomendar melhorias.

4.2 Recomendações para este objetivo

Os pontos seguintes destacam áreas que merecem especial atenção relativamente a este objetivo específico. Cada empresa e cada período de reporte são únicos, pelo que os processos de verificação e garantia variam: em qualquer situação, os auditores podem procurar avaliar diferentes controlos e evidências documentadas. Por conseguinte, estas recomendações devem ser entendidas como exemplos ilustrativos do que poderá ser solicitado, e não como uma lista exaustiva do que será exigido.

  • Documentar os métodos utilizados para garantir que a empresa identificou todo o desperdício gerado em cada local durante o período de reporte. A descrição dos métodos de identificação pode ajudar os auditores a avaliar se a abordagem da empresa apresenta riscos de omissão de fontes de desperdício.
  • Manter evidência dos parâmetros utilizados pela empresa para classificar os resultados imediatos (outputs) empresariais como desperdício ou como emissões. Os auditores podem utilizar esta informação para compreender e verificar a abordagem adotada, e garantir que foi aplicada de forma consistente.
  • Documentar os métodos utilizados para medir a quantidade de desperdício gerado pela empresa em cada local durante o período. Os auditores podem recorrer a esta informação para compreender e verificar os dados utilizados nos cálculos dos indicadores.

Para uma explicação mais geral sobre como conceber e documentar controlos internos, consultar a secção Rumo à sustentabilidade Future-Fit de forma sistemática no Guia de Implementação.

5. Informação adicional

5.1 Exemplo

A ACME Inc. vende produtos de limonada. As suas operações consistem em dois locais: uma unidade de engarrafamento e um escritório. A empresa começou a medir a sua geração total de desperdício em ambos os locais em 2010, altura em que produzia um total de 50.000 toneladas de desperdício por ano — 5.000 toneladas no escritório e 45.000 toneladas na unidade de engarrafamento.

Desde então, a empresa tomou várias medidas para reduzir este valor. Otimizou o processo de engarrafamento, eliminando 10.000 toneladas de desperdício, e implementou um programa de reciclagem nos dois locais que incentiva os colaboradores a reciclar, eliminando mais 5.000 toneladas, divididas de forma igual entre os dois locais. Assim, o total de desperdício gerado este ano é de 35.000 toneladas.

A empresa pode agora calcular o seu progresso da seguinte forma:

\[F=\frac{W_R-W_C}{W_R}=\frac{50,000-35,000}{50,000}=30\%\]

Indicador de contexto

Desperdício operacional total: 35.000 tons

5.3 Perguntas frequentes

Porque é que nem toda a energia proveniente de desperdício é considerada renovável?

O desperdício residual contém frequentemente uma mistura de materiais biogénicos, como restos de alimentos e aparas de madeira, e materiais de origem fóssil, como plásticos. A energia recuperada a partir desse desperdício é, por isso, considerada apenas parcialmente renovável.

Qual é a diferença entre resíduos e emissões?

O objetivo BE07: O desperdício operacional é eliminado foca-se em substâncias sólidas, líquidas e gasosas (também designadas por subprodutos) que podem ser contidas pela empresa e enviadas para terceiros, para tratamento, reciclagem, revalorização ou eliminação. Em contraste, o Objetivo BE05: As emissões operacionais não causam danos a pessoas ou ao ambiente abrange substâncias sólidas, líquidas e gasosas que escapam para o ambiente. A diferença entre desperdícios e emissões é subtil, mas o objetivo é o mesmo: eliminar substâncias que acabam no ambiente ou que aí se acumulam. No fim de contas, o mais importante é que as empresas recolham dados e avaliem o progresso de forma consistente, ano após ano.

Bibliografia

[83]
Simmons, Anna, “The world’s trash crisis, and why many americans are oblivious.” Los Angeles Times, 2016 [Online]. Available: http://www.latimes.com/world/global-development/la-fg-global-trash-20160422-20160421-snap-htmlstory.html
[84]
Cole, Christine, “Beijing’s ban on foreign waste impacts the world’s recycling.” Asian Pacific Post, 2017 [Online]. Available: http://www.asianpacificpost.com/article/8123-beijing’s-ban-foreign-waste-impacts-worlds-recycling.html

  1. Esta é uma das oito Propriedades de uma Sociedade Future-Fit — para mais detalhes, ver o Guia de Metodologia.↩︎

  2. Algumas empresas podem ter dúvidas sobre se devem reportar certos tipos de desperdício neste objetivo ou no objetivo BE19: Os produtos podem ser reaproveitados (ex.: um centro de conferências que distribui crachás descartáveis aos participantes). Em caso de dúvida, ver a secção Diferenciação entre impactos operacionais e impactos dos produtos no Guia de Implementação.↩︎

  3. Esta etapa valoriza empresas com um histórico robusto de recolha de dados sobre desperdício. Uma vez escolhido o ano de referência, este não deve ser alterado. Para mais detalhes sobre a definição de pontos de referência, ver o Guia de Implementação.↩︎