BE23: Ativos financeiros

Os ativos financeiros salvaguardam a prossecução da sustentabilidade Future-Fit

1. Ambição

Uma Empresa Future-Fit implementa políticas de investimento e controlos internos associados que procuram, de forma contínua, melhorar a sustentabilidade Future-Fit tanto dos ativos financeiros que detém, como daqueles que gere ou controla em nome de terceiros proprietários desses ativos.

1.1 O que significa este objetivo

Muitas empresas possuem ou controlam ativos financeiros (investimentos em ações, instrumentos de dívida, depósitos bancários, etc.) como parte do seu negócio principal, enquanto objetivo estratégico, ou simplesmente como forma de utilizar excedentes de tesouraria até serem necessários para outros fins. A compra e negociação de ativos financeiros fornece capital ao investido para continuar – ou expandir – as suas atividades.209 Quaisquer impactos positivos ou negativos causados pelo investido podem ser sustentados ou ampliados pelo capital disponibilizado e, por isso, o investidor partilha a responsabilidade por esses impactos.210

Este objetivo exige que a empresa implemente controlos internos que a ajudem a maximizar continuamente a sustentabilidade Future-Fit dos seus investimentos, com especial enfoque na antecipação, prevenção e resposta a áreas problemáticas específicas.

Para ser Future-Fit, uma empresa deve: (a) dispor de políticas e controlos internos que lhe permitam – a si e aos seus colaboradores – antecipar onde é mais provável que ocorram impactos negativos dos investimentos; (b) evitá-los sempre que possível; e (c) tomar medidas concretas para resolver preocupações identificadas.

1.2 Porque é que este objetivo é necessário

Tal como todos os Objetivos de Limite Mínimo Future-Fit, este objetivo é essencial para garantir que a empresa não está a comprometer o progresso da sociedade rumo a um futuro ambientalmente restaurativo, socialmente justo e economicamente inclusivo. Para saber mais sobre a base científica destes objetivos — fundamentada em mais de 30 anos de ciência sistémica — consulte o Guia de Metodologia.

As estatísticas seguintes ajudam a ilustrar por que razão é crítico que todas as empresas alcancem este objetivo:

  • Entre 60% e 80% das reservas de carvão, petróleo e gás das empresas cotadas em bolsa são “não queimáveis”, se o mundo quiser ter uma hipótese de não ultrapassar o aquecimento global de 2°C. As avaliações das empresas geralmente não informam os investidores sobre a sua exposição a estes chamados “ativos encalhados”, apesar de estas reservas sustentarem um valor de mercado de 4 biliões de dólares em 2012. [25]

  • Há um crescimento substancial e contínuo tanto da procura por oportunidades de Investimento Sustentável e Responsável (SRI), como da disponibilidade de informação sobre desempenho extra financeiro. Segundo o estudo europeu da Eurosif de 2018, as estratégias de integração de critérios Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) cresceram 60% nos dois anos anteriores, representando mais de 4 biliões de euros em ativos sob gestão. [150]

  • São necessários investimentos de grande dimensão para alcançar os ODS. Embora algumas iniciativas devam ser financiadas publicamente, o sucesso exigirá também investimentos privados significativos por parte de investidores individuais e corporativos. A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento estima que exista um défice anual de investimento superior a 4 biliões de dólares nos países em desenvolvimento. [151]

1.3 Como este objetivo contribui para os ODS

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas constituem uma resposta coletiva aos maiores desafios sistémicos do mundo, pelo que estão naturalmente interligados. Qualquer ação pode ter um impacto direto sobre alguns ODS e, indiretamente, sobre outros, através de efeitos de arrastamento. Uma empresa Future-Fit pode ter a certeza de que está a contribuir - e de forma nenhuma a prejudicar - o progresso em direção aos ODS.

As empresas podem contribuir para o progresso relativamente a todos os ODS ao garantirem que os ativos financeiros que controlam não dificultam a prossecução da sustentabilidade Future-Fit. No entanto, os vínculos mais diretos com este objetivo dependerão das características únicas dos investimentos de cada empresa.

2. Ação

2.1 Por onde começar

Contextualização

Tal como explicado no Guia de Metodologia, todas as empresas são mutuamente responsáveis por qualquer impacto que ocorra para além dos seus próprios limites físicos, na medida em que esse impacto seja consequência da sua existência.

No que diz respeito ao investimento, isto significa não investir em ativos financeiros que, por si mesmos, prejudiquem o progresso da sociedade rumo à sustentabilidade Future-Fit.211 Este objetivo abrange três cenários de titularidade:

  • Ativos financeiros detidos pela empresa.
  • Ativos financeiros geridos pela empresa em nome de proprietários terceiros.
  • Ativos financeiros oferecidos como produtos a terceiros, sem qualquer envolvimento na gestão direta do investimento.

Quando uma empresa investe num ativo financeiro – seja por conta própria ou em nome de um terceiro – ou oferece esse investimento como produto a terceiros, está, efetivamente, a optar por financiar (pelo menos parcialmente) os impactos negativos associados a esse ativo. As empresas são, portanto, mutuamente responsáveis pelos impactos negativos desse investimento..

Compreender o impacto de uma empresa ou projeto individual – e, por conseguinte, de qualquer ativo financeiro associado – é uma tarefa complexa, e a empresa pode nem sequer saber exatamente onde e como o seu dinheiro está a ser aplicado. No entanto, se as empresas não procurarem compreender os impactos das suas decisões financeiras, correm o risco de contribuir para resultados negativos.

Dito isto, a crescente procura de informação sobre os impactos ambientais e sociais dos investimentos está a conduzir a uma maior transparência e disponibilidade de dados. A plena integração de dados relacionados com a sustentabilidade Future-Fit na abordagem da empresa aos ativos financeiros deve, por isso, ser uma aspiração a longo prazo.

Perguntas a colocar

As seguintes perguntas ajudam a identificar as informações a recolher.

Os ativos financeiros são parte da atividade principal da empresa?
  • A empresa gere ativos financeiros por conta própria, ou em nome de outras organizações ou indivíduos? Vende ativos financeiros como produtos? Concede empréstimos a outras organizações ou indivíduos? Qual o grau de conhecimento que a empresa tem sobre onde estão investidos os seus ativos financeiros?
  • A empresa contribui para um fundo de pensões em nome dos seus colaboradores? Tem algum conhecimento sobre a forma como esse fundo é investido, e até que ponto a estratégia de investimento do fundo está alinhada com os valores da própria empresa?
Quais são os objetivos de investimento da empresa?
  • Ao investir capital em ativos financeiros, quais são os principais objetivos da empresa? Procura maximizar os retornos financeiros, minimizar o risco ou preservar a liquidez?
  • A empresa tem objetivos sociais ou ambientais explícitos no que respeita aos seus ativos financeiros?
  • A empresa assumiu um compromisso público de apoio aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)? Em caso afirmativo, esse compromisso foi integrado nos critérios de investimento da empresa?
De que forma a empresa gere os seus ativos financeiros?
  • A empresa tem políticas e controles internos explícitos relativamente aos ativos financeiros? Estes são revistos de forma ativa e regular? Quem são os responsáveis por supervisionar e assegurar a sua eficácia? Foram integrados critérios sociais e ambientais nessas políticas?
  • Os investimentos próprios da empresa, ou os dos seus clientes, são geridos por terceiros? Em caso afirmativo, quais são os parâmetros de investimento comunicados aos gestores desses ativos? Incluem objetivos sociais ou ambientais específicos? Os gestores atuais fazem reporte sobre elementos extra financeiros dos seus investimentos? Como são avaliados e recompensados pelo seu desempenho?
  • Como é que a empresa trata os direitos de voto? Participa em assembleias de acionistas ou tem alguém que represente os seus interesses? A empresa documentou formalmente os seus objetivos neste domínio? Algum dos gestores exerce os direitos de propriedade e de voto em nome da empresa, em linha com os objetivos de sustentabilidade Future-Fit?
Como definir prioridades

As seguintes perguntas ajudam a identificar e a priorizar ações de melhoria.

Onde poderá a empresa ter maior impacto com os seus ativos financeiros?
  • Em que tipos de ativos financeiros a empresa tem os maiores montantes de capital investido? Pequenas alterações na forma como esses ativos são geridos podem gerar impactos relativamente significativos.
Quais seriam as melhorias mais fáceis de implementar?
  • Para que tipos de ativos ou carteiras de capital seria mais fácil começar a integrar os objetivos de sustentabilidade Future-Fit? Quais os perfis de risco ou objetivos de investimento declarados que mais se alinham com os requisitos Future-Fit?
  • Existem oportunidades para transitar para instrumentos com perfis de risco e potencial de crescimento semelhantes, mas que integrem também considerações sociais ou ambientais?
Poderá a empresa ir além do exigido por este objetivo?
  • Além do necessário para atingir este objetivo, existem ações que a empresa possa realizar para garantir que as normas sociais, a governação global e o crescimento económico impulsionam a transição para a sustentabilidade future-fit?212 Qualquer ação nesse sentido pode acelerar o progresso da sociedade rumo à sustentabilidade Future-Fit. Para mais detalhes, consultar o Guia de Ações Positivas.

A próxima secção descreve os critérios de avaliação necessários para determinar se uma ação específica resultará em progressos rumo à sustentabilidade Future-Fit.

2.2 Prosseguir rumo à sustentabilidade Future-Fit

Introdução

Para ser Future-Fit, uma empresa deve dispor de controlos internos que lhe permitam, a si e aos seus colaboradores, avaliar os ativos financeiros com vista a identificar eventuais impactos negativos. Além disso, devem ser implementadas políticas para evitar esses impactos sempre que possível, e devem ser tomadas medidas para lidar com aqueles que não possam ser evitados.

Orientações para realizar avaliações de risco (hotspot assessments)

Para antecipar os impactos negativos que os seus investimentos podem estar a causar — ainda que de forma não intencional — todos os investimentos devem ser sujeitos a avaliações de risco. Estas avaliações visam identificar qualquer atividade que possa comprometer o progresso em direção às 8 Propriedades de uma Sociedade Future-Fit, nomeadamente:213

  • A energia é renovável e acessível a todos;
  • A água é obtida de forma responsável e é acessível a todos;
  • Os recursos naturais são geridos de forma a proteger as comunidades, os animais e os ecossistemas;
  • O ambiente está livre de poluição;
  • Não existe desperdício;
  • A nossa presença física protege a saúde dos ecossistemas e das comunidades;
  • As pessoas têm capacidade e oportunidade de viver vidas plenas;
  • As normas sociais, a governação global e o crescimento económico impulsionam a transição para a sustentabilidade Future-Fit.

A Figura 1 apresenta uma lista de questões a considerar em cada área. Deve ser dada especial atenção aos tipos de impacto cuja probabilidade é mais elevada, consoante riscos geográficos, específicos do setor ou associados a determinados recursos. Por exemplo, os ativos apoiam o financiamento de:

  • Projetos que utilizam um processo de fabrico agrícola altamente intensivo em água, localizado numa região com stress hídrico?
  • Empresas que subcontratam funções de apoio ao cliente 24 horas por dia, em países com proteção regulatória limitada dos direitos dos colaboradores?
  • Fundos que investem em recursos como pasta de papel ou óleo de palma, que podem contribuir para a desflorestação se adquiridos a fornecedores não certificados?

Recursos para avaliações de risco

As empresas devem utilizar informações disponíveis de entidades governamentais e setoriais, bem como a sua própria pesquisa documental. Para produtos físicos, as bases de dados de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) podem revelar-se úteis. Para impactos sociais, a Social Hotspot Database é um bom ponto de partida, tal como o OpenLCA para impactos ambientais.

Avaliação dos ativos financeiros detidos pela empresa:

Para todos os ativos financeiros que detém, a empresa deve procurar:

  • Identificar exatamente como o seu capital foi aplicado (ex.: depósitos bancários, investimentos diretos, fundos, etc.);
  • Determinar os destinatários finais de cada investimento (ex.: as empresas constituintes dentro de um fundo); e
  • Considerar quais os impactos negativos que poderão razoavelmente ocorrer como resultado desses investimentos.

Nota: muitos veículos de investimento são opacos quanto aos destinos dos investimentos. No entanto, sem esta informação, os detentores dos ativos não podem ter a certeza de que não estão a contribuir para impactos negativos.

Figura 1: Lista de riscos críticos frequentes por área de impacto.

Área de impacto Riscos críticos frequentes
Energia Processos com elevado consumo energético, que tendem a:
- Depender de energia não renovável
- Impedir que outras pessoas satisfaçam as suas necessidades energéticas
Água Processos com elevado consumo de água, que tendem a:
- Utilizar água proveniente de fontes sob stress hídrico
- Impedir que outras pessoas satisfaçam as suas necessidades hídricas
Recursos naturais Dependência de recursos naturais, cuja extração contribui para:
- Perda de biodiversidade
- Esgotamento de recursos renováveis
- Conflitos armados
- Maus-tratos a animais
- Degradação física do ambiente
- Desvio de culturas agrícolas para produção de biocombustíveis
Poluição: GEE Processos com elevada emissão de gases com efeito de estufa (GEE)
Poluição: outras emissões nocivas Emissões nocivas para o ar, solo e a água, incluindo:
- Gases tóxicos e poluentes atmosféricos (ex.: COV, NOx)
- Substâncias que destroem a camada de ozono
- Substâncias que se acumulam na natureza
- Metais raros (ex.: cádmio e chumbo)
- Águas residuais não tratadas ou insuficientemente tratadas
- Produtos químicos nocivos (ex.: escorrência de fertilizantes, pesticidas perigosos)
Desperdício Processos que geram grandes quantidades de desperdício
Presença física Utilização prejudicial do solo, incluindo:
- Invasão de áreas importantes para comunidades locais
- Conversão de ecossistemas intactos (ex.: florestas primárias, zonas húmidas)
- Desrespeito pelos direitos das comunidades (ex.: práticas de usurpação de terras)
Pessoas Práticas laborais abusivas, incluindo:
- Trabalho infantil
- Horas extraordinárias excessivas
- Trabalho forçado
- Condições de trabalho perigosas
- Uso irresponsável de trabalho temporário
- Salários e benefícios em falta ou insuficientes
- Subcontratação não declarada
- Práticas discriminatórias
- Ausência de representação (ex.: direito à negociação coletiva)
Fatores impulsionadores (Drivers) Atividades operacionais motivadas por condutas empresariais antiéticas (ex.: práticas de suborno)

Avaliação dos ativos financeiros geridos pela empresa em nome de terceiros:

Para todos os ativos financeiros que gere, a empresa deve procurar:

  • Determinar os destinatários finais de cada investimento (ex.: as empresas que compõem um fundo); e
  • Considerar quais os impactos negativos que podem razoavelmente ocorrer como resultado desses investimentos.

Avaliação dos ativos financeiros oferecidos como produtos:

Para todos os ativos financeiros oferecidos como produtos, a empresa deve procurar:

  • Identificar exatamente como o capital foi aplicado em cada produto;
  • Determinar os destinatários finais de cada investimento subjacente (ex.: as empresas que compõem um fundo); e
  • Considerar quais os impactos negativos que podem razoavelmente ocorrer como resultado desses investimentos.
Orientações para categorizar riscos críticos

Para priorizar a ação em relação a cada risco crítico, a empresa deve considerar tanto a probabilidade de ocorrência de um impacto negativo, como a gravidade das suas consequências, caso venha a ocorrer. Qualquer impacto com gravidade média a elevada deve ser considerado risco crítico, exceto se existir uma justificação sólida para acreditar que esse impacto não irá ocorrer (ver Figura 2).

Figura 2: Orientações para identificar a intensidade do risco crítico, considerando a probabilidade e a gravidade. As situações no canto superior direito da matriz merecem maior atenção.214

Orientações para agir face aos riscos críticos

A empresa deve assegurar que está a tomar medidas eficazes e significativas para evitar e resolver os riscos críticos identificados. Para tal, deve adotar a abordagem Não usar, Sem desculpas, Compromisso de redução, conforme descrito abaixo:

Não usar…

As empresas devem comprometer-se a analisar, evitar e, sempre que possível, desinvestir de quaisquer ativos financeiros cujo modelo de negócio principal da entidade investida dependa de — ou esteja intrinsecamente ligado a — promover resultados que comprometam de forma estrutural o progresso da sociedade rumo à sustentabilidade Future-Fit. Isto inclui produtos ou serviços cuja consequência provável, previsível e contínua do modelo de negócio principal seja causar ou prolongar a violação de uma ou mais condições sistémicas215 — e que nenhuma reformulação do produto/serviço ou ação de envolvimento possa evitar.

Exemplos incluem:

  • Ativos financeiros cujo modelo de negócio principal dependa da degradação física do ambiente (ex.: empresas envolvidas em mineração a céu aberto, pescas que utilizam redes de arrasto de fundo);
  • Ativos financeiros cujo modelo de negócio principal dependa da poluição ambiental (ex.: centrais termoelétricas a carvão);
  • Ativos financeiros cujo modelo de negócio principal dependa de causar danos às pessoas (ex.: fabricantes de minas terrestres, produtores de cigarros).

As empresas devem também estabelecer critérios condicionais de triagem relacionados com temas reconhecidamente problemáticos (ex.: óleo de palma, cuja produção está frequentemente associada à desflorestação), e apenas investir quando esses problemas estiverem a ser efetivamente abordados (ex.: óleo de palma certificado pela RSPO216). [152]

Sem desculpas…

As dificuldades em obter informação sobre os investimentos não isentam a empresa da sua responsabilidade partilhada relativamente às implicações que esses investimentos possam ter em termos de sustentabilidade Future-Fit. Sempre que for teoricamente possível avaliar a adequação de uma entidade investida, essa avaliação deve ser feita — mesmo que seja difícil. Exemplos incluem:

  • Quando os gestores compram e vendem ativos financeiros à medida que surgem oportunidades, o que obriga a empresa a avaliar diversas transações de forma regular para compreender a adequação dos investimentos;
  • Estratégias de negociação de alta frequência — especialmente as algorítmicas ou totalmente automatizadas — que transacionam múltiplos ativos com base em dados estatísticos, sem considerar a natureza das empresas subjacentes, tornando extremamente difícil obter uma imagem precisa das entidades financiadas em determinado momento;
  • Investimento numa empresa privada que se recusa a fornecer informação sobre a sua adequação aos acionistas.

Embora as empresas possam, em geral, prever a utilização do capital ao investir em empresas ou projetos específicos, as características de certos tipos de ativos financeiros significam que não é viável avaliar a sua adequação. Por exemplo, empréstimos pessoais como linhas de crédito, saldos a descoberto, créditos rápidos, cartões de crédito ou hipotecas concedidas a indivíduos, não costumam implicar requisitos de reporte, e a informação sobre o uso deste capital está frequentemente protegida por leis de privacidade do consumidor. Nestes casos, as empresas não são consideradas mutuamente responsáveis pela adequação desses ativos financeiros.

Compromisso de redução…

Quando é identificado um investimento não conforme e não é possível proceder de imediato à sua substituição (ex.: devido à iliquidez do mercado, ou à existência de um compromisso plurianual num Fundo de Investimento em Regime de Parceria Limitada), a empresa deve procurar reduzir os seus impactos por outras vias. Isto pode incluir:

  • Interagir com o gestor ou com a entidade investida — diretamente ou através de prestadores de serviços especializados — para promover um maior alinhamento com os requisitos de sustentabilidade Future-Fit;
  • Garantir que quaisquer rendimentos ou capitais devolvidos não sejam reinvestidos na mesma entidade não conforme.

Adicionalmente, sempre que existam ativos financeiros alternativos mais alinhados com a prossecução da sustentabilidade Future-Fit e que ofereçam o perfil de risco-retorno financeiro necessário, a empresa deve procurar fazer a transição para esses ativos. Exemplos incluem:

  • Investir num fundo de obrigações verdes em vez de num fundo de obrigações convencional;
  • Investir num fundo de ações com critérios éticos ou de baixo carbono, em vez de num fundo de índice convencional;
  • Investir num fundo temático de ações cotadas com foco em sustentabilidade, em vez de num fundo de ações setorial;
  • Investir num fundo de capital de risco que apoie tecnologias emergentes de energia limpa, em vez de num fundo de capital de risco sem restrições.
Critérios de avaliação - Fitness criteria

A empresa deve assegurar que todos os riscos críticos são identificados e geridos de forma consistente e alinhada com a abordagem Não usar, Sem desculpas, Compromisso de redução, descrita anteriormente.

Além disso, cada ativo financeiro detido, gerido ou oferecido como produto pela empresa deve estar sujeito a processos de triagem e a esforços para melhorar os resultados de sustentabilidade Future-Fit, conforme descrito abaixo.

  • A empresa deve realizar uma avaliação de riscos críticos, aplicável a cada ativo financeiro, que permita:
    • A identificação de riscos críticos por área de impacto (ver Figura 1).
    • A avaliação da intensidade de cada risco crítico (ver Figura 2).
    • A definição de prioridades informadas quanto aos impactos a tratar em primeiro lugar.
  • Quando for identificado um risco crítico, este deve ser tratado com medidas alinhadas com a abordagem Não usar, Sem desculpas, Compromisso de redução.

Com que frequência devem ser realizadas as avaliações de riscos críticos?

Dado tempo suficiente, uma empresa deverá conseguir eliminar os riscos críticos mais intensos dos seus investimentos — mas isso não deve ser motivo para complacência. O investimento é uma atividade dinâmica, pelo que novos problemas podem surgir periodicamente, e os impactos menos problemáticos continuam a exigir atenção. Por este motivo, as avaliações de riscos críticos devem ser encaradas como um processo iterativo e contínuo.

Na prática, as avaliações de riscos críticos devem ser revistas e atualizadas com uma periodicidade adequada, ou sempre que a proveniência de investimentos específicos sofra alterações substanciais.

3. Avaliação

3.1 Indicadores de progresso

O objetivo dos indicadores de progresso Future-Fit é refletir o grau de evolução de uma empresa no cumprimento de um determinado objetivo. Estes indicadores são expressos em percentagens simples.

Deve procurar-se avaliar a sustentabilidade Future-Fit da empresa em toda a extensão das suas atividades. Em algumas situações, tal pode não ser possível. Nestes casos, deve ser consultada a secção Avaliação e reporte com dados incompletos no Guia de Implementação.

Avaliação do progresso

Este objetivo inclui nove indicadores de progresso, correspondentes às áreas temáticas identificadas na Figura 2, nomeadamente: Energia, Água, Recursos naturais, Emissões de GEE, Emissões nocivas, Desperdício, Presença física, Pessoas e Fatores impulsionadores (Drivers). Para calcular o progresso, são necessários os seguintes passos:

Para cada uma das nove áreas de impacto:

  • Avaliar a sustentabilidade Future-Fit de cada ativo financeiro detido em qualquer momento ao longo do período de reporte, de acordo com as orientações abaixo;
  • Determinar quantos dias cada ativo foi detido durante o período de reporte;
  • Calcular o progresso como a soma ponderada no tempo e no valor dos níveis de alinhamento de todos os ativos financeiros.
Avaliação da sustentabilidade Future-Fit de um ativo financeiro

A empresa deve avaliar cada ativo financeiro conforme descrito na Figura 3.

Figura 3: Como avaliar a sustentabilidade Future-Fit de ativos financeiros.

Pontuação Critérios de Avaliação
0% - Não foi realizada nenhuma avaliação de riscos críticos
ou
- O ativo financeiro enquadra-se na categoria Não usar da abordagem Não usar, Sem desculpas, Compromisso de redução
25% - Foi realizada uma avaliação de riscos críticos apropriada
- A avaliação identifica que podem existir riscos potenciais
- Não foram tomadas medidas adicionais
Nota: Se a análise confirmar que não existem riscos potenciais, verificar os critérios para atribuição de 100% (abaixo)
50% - Foi realizada uma análise detalhada de todos os riscos potenciais
- A análise confirma a existência de riscos críticos reais
- Estão a ser tomadas medidas para resolver os riscos identificados
Nota: Se a análise confirmar que não existem riscos reais, verificar os critérios para atribuição de 100% (abaixo)
75% - Todos os riscos críticos de elevada intensidade foram tratados
- A empresa está a tomar medidas adequadas para abordar os restantes riscos, de acordo com a abordagem Não usar, Sem desculpas, Compromisso de redução
100% - Todos os riscos críticos foram evitados ou eliminados
Cálculo do progresso da empresa numa área de impacto específica

O progresso agregado da empresa em termos de sustentabilidade Future-Fit relativamente à área de impacto “X” (para cada uma das áreas indicadas na Figura 2) corresponde à soma ponderada no tempo e no valor das pontuações de sustentabilidade Future-Fit de todos os ativos financeiros.

Isto pode ser expresso matematicamente da seguinte forma:

\[F^X=\frac{\sum_{i=1}^If_i^X*C_i*D_i}{\sum_{i=1}^IC_i*D_i}\] Onde:

\[F^{X}\] É o progresso da empresa rumo à sustentabilidade Future-Fit na área de impacto X, expresso em percentagem.
\[X\] É a área de impacto em avaliação: Energia, Água, Recursos naturais, Emissões de GEE, Emissões nocivas, Desperdício, Presença física, Pessoas ou Fatores impulsionadores (Drivers).
\[f_{i}^{X}\] É o progresso future-fit do ativo financeiro i.
\[C_{i}\] É o valor monetário do ativo financeiro i.217
\[D_{i}\] É o número de dias em que o ativo financeiro i foi detido durante o período de reporte.
\[I\] É o número total de ativos financeiros na carteira da empresa.

Para um exemplo de como calcular este indicador de progresso, ver aqui.

3.2 Indicadores de contexto

O objetivo dos indicadores de contexto é fornecer às partes interessadas as informações adicionais necessárias para interpretar de forma completa o progresso de uma empresa.

Total de Ativos sob Gestão

A empresa deve reportar o valor total dos ativos sob gestão detidos, controlados e/ou oferecidos durante o período de reporte.218

Riscos críticos relevantes

Uma breve descrição de quaisquer riscos críticos de elevada intensidade que não tenham sido totalmente tratados durante o período de referência, e para cada um deles:

  • Breve descrição do risco crítico.
  • Ações tomadas até à data para evitar ou resolver o risco crítico.
  • Se aplicável, ações adicionais previstas.

Para um exemplo de como reportar os indicadores de contexto, consultar aqui.

4. Verificação

4.1 Para que serve a verificação e porque é importante

Qualquer empresa que esteja a trilhar o caminho da sustentabilidade Future-Fit incutirá mais confiança entre as suas partes interessadas - desde a administração de topo (CEO, CFO) até a investidores externos - se conseguir demonstrar a qualidade dos seus dados e a robustez dos controlos que os sustentam.

Isto é particularmente importante se a empresa pretender comunicar publicamente o seu progresso rumo à sustentabilidade Future-Fit, uma vez que algumas organizações podem exigir uma verificação independente antes da divulgação pública. Ao implementar controlos eficazes e bem documentados, a empresa facilita a compreensão do seu funcionamento por parte de auditores ou avaliadores externos, apoiando a sua capacidade de prestar garantia e/ou recomendar melhorias.

4.2 Recomendações para este objetivo

Os pontos seguintes destacam áreas que merecem especial atenção relativamente a este objetivo específico. Cada empresa e cada período de reporte são únicos, pelo que os processos de verificação e garantia variam: em qualquer situação, os auditores podem procurar avaliar diferentes controlos e evidências documentadas. Por conseguinte, estas recomendações devem ser entendidas como exemplos ilustrativos do que poderá ser solicitado, e não como uma lista exaustiva do que será exigido.

  • Documentar os métodos e a frequência com que a empresa avalia os seus investimentos. Isto pode ajudar os auditores a avaliar se a abordagem da empresa é suficientemente robusta para identificar todos os riscos críticos.
  • Documentar o método utilizado para determinar se os ativos financeiros estão alinhados com a abordagem Não usar, Sem desculpas, Compromisso de redução. Isto pode ajudar os auditores a verificar se a abordagem da empresa está em conformidade com os requisitos deste objetivo.
  • Nos casos em que a empresa decidiu manter ativos financeiros classificados como apresentando um risco crítico de alta intensidade, documentar os métodos utilizados pela empresa para se envolver com o gestor do ativo financeiro ou com a entidade investida subjacente, de forma a incentivá-los a melhorar a sua sustentabilidade Future-Fit ao longo do tempo. Isto pode ajudar os auditores a verificar se a abordagem adotada pela empresa está alinhada com os requisitos do objetivo.
  • Conservar quaisquer notas de trabalho ou informações utilizadas no cálculo do indicador de progresso, incluindo suporte para a avaliação de ativos financeiros individuais ou de grupos de ativos, quando aplicável, bem como evidência do valor do ativo e do tempo em que foi detido durante o período de reporte para o cálculo da ponderação. Os auditores podem utilizar esta informação para verificar a exatidão do indicador calculado.

Para uma explicação mais geral sobre como conceber e documentar controlos internos, consultar a secção Rumo à sustentabilidade Future-Fit de forma sistemática no Guia de Implementação.

5. Informação adicional

5.1 Exemplo

A ACME Inc. vende produtos à base de limonada e acumulou uma quantia significativa de reservas financeiras, que investiu em diferentes tipos de ativos financeiros.

A ACME decide realizar uma avaliação inicial para identificar potenciais riscos críticos relacionados com emissões de gases com efeito de estufa nos seus ativos financeiros.

No início do período de reporte, a ACME Inc. tinha $100.000 depositados no Ethical Bank. O Ethical Bank possui controlos rigorosos que garantem que apenas concede empréstimos a empresas alinhadas com a prossecução da sustentabilidade Future-Fit. Estes controlos eliminaram eficazmente emissores significativos de gases com efeito de estufa e, por não existirem riscos críticos, o depósito é considerado 100% alinhado.

A meio do período, a empresa recebe $50.000 e decide investi-los num fundo de ações que replica um índice. O gestor do fundo declara ter revisto as empresas que compõem o fundo e identificado vários potenciais problemas, mas não está a tomar quaisquer medidas relativamente a esses riscos. O fundo é, por isso, considerado 25% alinhado.

Indicadores de progresso

A empresa pode agora calcular o seu progresso da seguinte forma:

\[F^{GEE}=\frac{\sum_{i=1}^If_i^{GEE}*C_i*D_i}{\sum_{i=1}^IC_i*D_i}\] \[=\frac{100\%*100,000*365+25\%*50,000*182}{100,000*365+50,000*182}\approx85\%\]
\[F^{Energia}=F^{Água}=F^{RecursosNaturais}=F^{EmissõesNocivas}=F^{Desperdício}=F^{PresençaFísica}\] \[=F^{Pessoas}=F^{FatoresImpulsionadores}=0\%\]

Indicadores de contexto

Total de ativos sob gestão durante o período: $150.000.

Riscos críticos identificados: Foram identificados vários riscos críticos de elevada intensidade:

  • Exposição a várias empresas produtoras de petróleo e gás.
  • Exposição a um produtor de cimento.

Medidas adotadas: Não foram tomadas medidas.

5.3 Perguntas frequentes

Que tipo de investimentos estão abrangidos por este objetivo?

Este objetivo foca-se explicitamente nos ativos financeiros, e não no sentido mais geral de “investimento no negócio” (ex.: construção de uma nova fábrica, despesas em I&D ou inovação). Exemplos de ativos financeiros que devem ser abrangidos incluem, mas não se limitam a:

  • Financiamento por dívida e investimento em capital próprio (ou instrumentos híbridos) numa empresa ou projeto empresarial específico.
  • Financiamento de projetos para infraestruturas, projetos de capital ou serviços públicos.
  • Depósitos em dinheiro em bancos ou instituições financeiras, sempre que se possa razoavelmente esperar que a empresa analise as políticas de investimento da entidade depositária.
  • Fundos de investimento cujos ativos subjacentes sejam compostos por um ou mais dos tipos acima referidos, e nos quais se possa razoavelmente esperar que a empresa (ou o gestor do fundo em seu nome) aplique níveis de análise semelhantes.

Este objetivo não abrange empréstimos pessoais como linhas de crédito, saldos a descoberto, empréstimos de curto prazo (payday loans), cartões de crédito ou hipotecas concedidas a mutuários individuais. Estes investimentos normalmente não têm requisitos de reporte e a informação sobre a utilização do capital é, muitas vezes, protegida por leis de privacidade do consumidor. Nestes casos, as empresas não são consideradas mutuamente responsáveis pela sustentabilidade Future-Fit destes ativos financeiros.

Fundos de investimento

A política de investimento pode ser aplicada ao nível do fundo se o gestor conseguir demonstrar que, em todas as decisões de investimento do fundo, foram aplicados, pelo menos, os mesmos critérios mínimos. Muitos fundos são opacos quanto aos seus investimentos subjacentes, mas o desconhecimento não é desculpa: se um gestor de fundo não estiver disposto a demonstrar satisfatoriamente o alinhamento do fundo com a política da empresa, esta deve procurar investir noutro lugar.

Fundos de pensões

Na maioria das jurisdições, os ativos financeiros do fundo de pensões de uma empresa estão legalmente separados do seu controlo direto e a empresa não pode determinar como esses ativos são investidos. Nestes casos, os fundos de pensões dos colaboradores ficam fora do âmbito deste objetivo. No entanto, as empresas devem envolver-se ativamente com os responsáveis e gestores do fundo de pensões e incentivá-los a investir de acordo com a prossecução da sustentabilidade Future-Fit. Tal contribuirá para acelerar o progresso da sociedade rumo a uma Sociedade Future-Fit, integrando-se, por isso, nas Ações Positivas. Para evitar dúvidas, nos casos em que a empresa tem controlo direto sobre os investimentos dos ativos financeiros de um fundo de pensões, este passa a estar incluído no âmbito deste objetivo.

Como devo avaliar um ativo financeiro cujo valor varia durante o período em que é detido?

Para ativos de dívida e relacionados, deve ser utilizado o montante nominal do ativo detido. Para ativos de capital próprio e relacionados, deve ser utilizado o valor no início do período de reporte, ou o valor da aquisição caso tenha sido comprado durante o período de reporte. Assim, para estes tipos de ativos, as variações de valor ocorridas durante o período são ignoradas.

No caso de contas bancárias e depósitos a prazo, devem ser utilizados os valores diários de fecho para calcular o valor médio em numerário durante o período em causa.

Nota: o cálculo do valor médio de ativos em numerário só é relevante se a empresa detiver mais do que um ativo financeiro. Por exemplo, se a empresa tiver apenas uma conta bancária, o indicador de progresso corresponderá simplesmente à pontuação de alinhamento atribuída a esse banco — ou seja, 0%, 25%, 50%, 75% ou 100%.

Bibliografia

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[151]
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[152]
“Financial institutions.” Roundtable on Sustainable Palm Oil, 2017 [Online]. Available: http://www.rspo.org/about. [Accessed: 25-Oct-2017]

  1. Nota para profissionais financeiros: consideramos esta afirmação válida tanto para investimentos no mercado primário como no mercado secundário. Embora as aquisições no mercado secundário não forneçam novo capital à entidade investida, o investidor assume o respetivo perfil de risco-retorno do negócio da entidade, e a sua compra permite a reciclagem de capital no sistema financeiro para utilização noutras áreas.↩︎

  2. Nota: Utilizamos a terminologia investidor/investida ao longo deste texto por simplicidade, mas importa referir que, no caso dos empréstimos, os termos utilizados são normalmente credor/devedor.↩︎

  3. Para mais detalhes sobre o que deve ser incluído, consultar esta pergunta frequente.↩︎

  4. Esta é uma das oito Propriedades de uma Sociedade Future-Fit – para mais detalhes, ver o Guia de Metodologia.↩︎

  5. Ver o Guia de Metodologia para detalhes sobre a origem destas Propriedades de uma Sociedade Future-Fit.↩︎

  6. Estas orientações são uma adaptação generalizada da norma Policy and Action Standard do GHG Protocol.↩︎

  7. O Guia de Metodologia descreve as condições sistémicas que definem o funcionamento de uma Sociedade Future-Fit.↩︎

  8. Para mais informações e exemplos de coligações de investidores criados para enfrentar questões sistémicas, consultar a secção Ligações úteis.↩︎

  9. Para ativos de dívida e relacionados, este é o montante nominal do ativo detido. Para ativos de capital próprio e relacionados, este é o valor no início do período de reporte ou o valor da aquisição caso tenha sido adquirido durante o período.↩︎

  10. Note-se que quaisquer ativos financeiros considerados inapropriados para inclusão no cálculo do indicador de progresso, conforme descrito na secção Sem desculpas, devem também ser reportados separadamente como parte deste indicador de contexto.↩︎